Por que não existem carros com freio totalmente eletrônico?

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Tecnologia ainda lida com desafios que vão muito além da viabilidade técnica.

 

Porque a indústria ainda não conseguiu entregar a modularidade do sistema hidráulico em um pedal com controle eletrônico. Atualmente as fabricantes têm apostado em conjuntos híbridos, que misturam o acionamento elétrico e o circuito com fluido mantido em paralelo em caso de panes.

 

Essa tecnologia começou em carros híbridos e elétricos, que usam o motor elétrico para reduzir a velocidade na maioria das frenagens — os discos e tambores de freio são acionados apenas se o sensor no pedal indicar que o motorista deseja o máximo de desaceleração, como em emergências.

 

Essa transição da frenagem regenerativa para a convencional fez com que a montadoras e sistemistas investissem por anos na sensibilidade ideal do pedal. É importante que o motorista nunca perceba quando é o motor elétrico que está freando o carro ou quando são os discos (ou os dois ao mesmo tempo).

 

Também é preciso lidar com o receio do consumidor, que ainda não fica confortável em guiar um carro que não tem conexão mecânica dos freios junto ao pedal. Esse sistema e a direção são os únicos que ainda possuem ligações físicas em paralelo com controles eletrônicos.

 

Meio elétrico, meio hidráulico

O avanço dos sistemas híbridos permitiu que eles começassem a ser adotados até mesmo em carros convencionais. No novo BMW M3, por exemplo, o acionamento hidráulico dos freios é feito normalmente por uma bomba elétrica, com o sistema convencional entrando em ação somente em caso de pane.

Isso permite ajustar eletronicamente a sensibilidade do pedal, deixando ele mais duro (ideal para uso em pistas fechadas) ou macio, que é o mais indicado para o dia a dia.

 

O freio regenerativo dos carros híbridos e elétricos funciona com a bateria carregada?

Não, porque não há como armazenar a energia gerada pelo motor durante o processo. A frenagem regenerativa usa um conceito simples: todo motor elétrico também é um gerador. Essa troca acontece sempre que o acelerador é aliviado, e em alguns carros a geração de energia ocorre conforme o pedal direito é solto, permitindo que o veículo reduza drasticamente a velocidade sem que o freio seja acionado.

 

A quantidade de energia elétrica que a frenagem pode gerar é limitada por alguns fatores, como a potência do motor, capacidade do inversor e refrigeração da bateria. O mais crítico, porém, é a capacidade do acumulador. Se o veículo já estiver com a bateria carregada, não é mais possível usar o freio regenerativo.

 

Isso porque a bateria é como um tanque de combustível, e não pode armazenar energia além de sua capacidade. Qualquer tentativa de recarga nessa situação pode gerar superaquecimento e até explosão do acumulador. Essa limitação também está relacionada com o fato das cargas rápidas nunca irem além dos 80%, perdendo gradualmente a velocidade conforme a bateria fica cheia.

 

Em carros elétricos ou híbridos plug-in, com alta capacidade de armazenar energia, essa situação é mais rara, mas muito possível em híbridos convencionais, como o Toyota Prius. Em trechos longos e íngremes, como descidas de serra, é altamente provável que a bateria pequena desses veículos seja totalmente carregada durante o trajeto.

 

Quando isso acontece a central eletrônica que controla os freios do carro passa a usar somente o sistema de serviço, com discos, pastilhas, tambores e lonas, como em um veículo convencional. Essa mudança é pouco perceptível ao motorista, que precisa cuidar apenas para evitar o superaquecimento dos freios, guiando da mesma maneira que em um veículo a combustão tradicional.

 

referência: https://autoesporte.globo.com/servicos/noticia/2021/02/o-freio-regenerativo-dos-carros-hibridos-e-eletricos-funciona-com-a-bateria-carregada.ghtml 

 

até o próximo post autodisk

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